Metanfetaedro – Alliah
Metanfetaedro é um livro estranho, como não poderia deixar de ser. O livro é uma das melhores expressões nacionais do New Weird, aquele gênero entre a FC e Fantasia mais conhecido por provocar expressões como “masquê? Hein?”
Gostei muito, mas também não gostei. O livro é sujo e sem frescuras. Ok. Mas ao mesmo tempo, em diversas passagens, principalmente no começo, Alliah explora o grotesco pelo grotesco, flerta com o horror e o gore, que não são meus favoritos. Mas o estilo, que aliado um certo clima depressivo das primeiras passagens, me pareceu pouco além de metáforas para as coisas ruins que acontecem (principalmente nas metrópoles). Isso se mostra principalmente pelos finais, quase todos tendendo à tragédia (a noção mais contemporânea, “de que nada realmente muda”, em vez da noção clássica).
Por outro lado, há contos maravilhosos que eu não conseguia parar de ler, como “Uma cidade Sonhando Seus Metais”, uma maluquice incrível e Morgana Memphis, que aparece em dois contos, é uma personagem maravilhosa, eu compraria um livro inteiro sobre essa mulher.
Por fim, tem o “O Jardim de Nenúfares Suspensos”. Que conto lindo. Ele destoa um pouco dos outros, é mais intimista, mostra uma sociedade mais alternativa que pós-punk, e tem um pouquinho de ação, um pouquinho de mistério e muito de uma personagem tentando aprender a lidar com o próprio sentimento.
Transformando tudo o que eu disse em estrelinhas, eu diria “comprem o livro”. Mas como foi publicado pela Tarja, que não existe mais, preciso descobrir como vocês fazem para encontrá-lo.