A Morte do Super 8 é Legal, Gabriel

Um resumo do que ando lendo e vendo.

Super 8

Ontem assisti Super 8, finalmente, diminuindo em um item a gigante lista de filmes que todo mundo viu menos eu. Gostei bastante, há um clima de “Sessão da Tarde” presente em todo o filme, que não se leva tanto a sério, mas encanta. Outro dia um amigo comentou que não se fazem mais filmes como “Os Goonies”, mas achei Super 8 um filme totalmente goonies, divertido, bem equilibrado entre comédia, aventura, monstro.

Mas alguém precisa tirar os fogos de artifício do J.J. Abrams, esposa e eu começamos a rir muito na (interminável) cena do trem explodindo.

Gabriel – Claudio Parreira

Conheci o Claudio Parreira porque ele estará na próxima edição da Trasgo, revista que edito, e fiquei curioso para ler como seria um romance inteiro com anjos, um Deus politicamente incorreto, e por aí vai.

O livro não decepciona neste quesito, os personagens são bem construídos, humanos (no caso do Gabriel, vai se tornando cada vez mais humano), e cenas que vão se construindo e embaralhando de maneira muito rica.

Peca, talvez, pelo final. Quando um determinado personagem é apresentado, já vislumbrei um final, e passei o restante do livro torcendo para que não fosse aquele final, um deus-ex machina, talvez surpreendende para outros leitores, mas que me desapontou um pouco. Também fiquei incomodado com a figura de Deus, hora onipotente, ora falho, essa maleabilidade para encaixar na história me soou um pouco incoerente.

No mais, é um livro muito divertido, ótimo para quem gosta de brincar com ritos e histórias humanas. Não achei em nenhum momento ofensivo com qualquer religião, considerando-se os personagens como criaturas de fantasia. Mas se você acha que vislumbrar uma figura de Deus entendiado passando a eternindade jogando cartas e fumando charutos uma blasfêmia, é melhor parar a leitura por aí…

Gabriel está disponível pela Editora Draco

A Morte é Legal – Jim Anotsu

“A Morte é Legal” é um livro que me conquistou pelo título há alguns meses, talvez porque me lembre da Morte em Sandman, ela é realmente legal. Conheci o autor também pela Trasgo, e decidi que era hora de ver qual é a do livro.

Há quem diga que o Jim Anotsu escreve para menininhas emo de 15 anos de idade. Talvez seja verdade, talvez eu tenha um bom tanto de menininha emo dentro de mim, pois gostei bastante do livro. (Embora várias vezes eu tenha ficado com vontade de socar o protagonista bem no meio da fuça para ele parar com aquele drama de autopiedade e seguir com a história).

O universo fantástico paralelo ao mundo real construído no livro é bastante real e divertido, lembrou-me as construções que Neil Gaiman faz em “Neverwhere”. O livro conta a história de Andrew e Amber em paralelo. Particularmente gostei muito mais do enredo de Andrew, já que o mundo e conflito de Amber estão ainda mais distantes de meus interesses e realidade.

O livro começa a engrenar mesmo a partir da primeira morte, quando você vê que tudo aquilo não é brincadeira, e sim, as coisas podem e vão dar errado, muito mais errado do que parece no começo.

É um ótimo livro, bem escrito e divertido, recheado de referências a tudo quanto é coisa, como é comum nos textos do Jim Anotsu. Se há uma menininha emo dentro do seu coração peludo, é leitura mais que recomendada.

A Morte é Legal está disponível pela Editora Draco


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