Apareceram com tochas e ferramentas, alguns com espingardas. O jovem Erickson podia ser meio burro, mas não mentiroso, e jurava ter visto Emily no lago.
Não era o primeiro incidente, tampouco o último. Emily nunca mais apareceu. Nem Sarah, Jessica ou Amanda. A região foi declarada maldita e em anos poucos se aventuravam ali. Até que mais cedo ou mais tarde alguém sempre tenta derrubar antigos mitos e um belo clube foi erguido às margens, com pedalinhos e passeios de jet-ski. Nem todos voltavam. Boatos correram e o clube faliu. Vários outros empresários foram atraídos pela pechincha do terreno, mais acidentes e falências.
Passaram curiosos, cientistas e militares. O lago observava, paciente. Não seria ferido por tochas ou armas. Aliás, matar um lago era questão muito mais complicada, até para especialistas.
Mas o lago sabe que não pode chamar tanta atenção para si. Ainda tem séculos para esperar…
A Outra Irlanda
É um novo projeto, cheio de mini-contos como estes, inspirados por fotos do Allan Nucci. Tem mais contos lá no site.