Em um ambiente de trabalho, o valor de cada um está no que entrega, e não em quanto tempo esquenta a cadeira do escritório, ou no número de cafés bebidos. Se você faz bolsas, o seu valor estaria nas bolsas que você entrega, com variáveis na relação entre a qualidade do acabamento e a quantidade de bolsas.
Mais e mais entregáveis agora são puramente mentais. Se sou redator publicitário, eu agrego valor à agência entregando um texto de qualidade, sem erros e criativo. Mas criativo só o suficiente, afinal, a aprovação do cliente ainda é necessária.
Mas e quando, em determinado momento, você não consegue mais entregar aquele texto? Você dá conta da quantidade, escreve 50, 60, às vezes até 100 motes diferentes para uma campanha, todos gramaticalmente corretos. Mas nenhum capaz de tocar a sirene, abrir um sorriso.
É relativamente fácil entender como foi feita uma bolsa, porque é possível voltar a cada etapa do trabalho e ver qual peça se junta a qual. Depois da criação de um layout, um texto, uma campanha, muita coisa brotou na cabeça do publicitário para cair ali. De onde veio essa linha, essa palavra, esse grafismo?
E se você não desmonta uma campanha publicitária parte a parte (assim como não se desmonta qualquer obra artística, ainda que campanhas e obras de arte sejam essencialmente diferentes), você depende de uma fonte, da qual não tem total controle, e que um dia pode secar, ou mudar.
Sim, existem métodos, cursos, modelos, brainstorms, exercícios. Mas e se…?