Acho que as escolhas mais importantes que tomamos não são aquelas que parecem grandes mudanças de curso. Uma mudança de cidade, uma viagem ao exterior, deixar um emprego. Claro, afetam a nossa vida, mas essas grandes decisões são consequências de uma série de outras pequeninas.
As decisões importantes são aquelas que não damos valor, praticamente automáticas. Se nos levantamos para almoçar com os colegas, ou terminamos de escrever este e-mail. Se sorrimos para o garçom. Se damos aquele passo a mais em direção à menina. Se ligamos ou mandamos e-mail. Se colocamos o fone, ou se mantemos os ouvidos abertos a novas possibilidades.
O Mundo Imaginário do Doutor Parnassus é um filme maluco que fala um pouco sobre decisões, sobre escolhas. Tão pesadas a ponto de no clímax do filme Parnassus pedir “sem mais escolhas, por favor”.
Digo tudo isso porque essa semana dei uma resposta importante, fechei uma porta. Mas fiquei com a sensação de que não foi uma grande decisão. Esta, aliás, tenho vindo tomando nos últimos cinco anos, quando decidi olhar para ela, quando decidi abrir um blog, quando decidi participar de um evento, quando decidi o que cozinhar no jantar, além de inúmeras outras microescolhas que culminaram nessa encruzilhada.
Talvez, no fim, o importante seja mesmo o velho slogan do famoso whisky. Keep walking.