A lumberman’s life for me

Deixa eu começar esse post de onde eu parei o último: aquele mp3 player que eu ia comprar.

Entrei na internet em busca do danado, e encontrei um que me esticou os olhos, até pensei em comprar ele para mim, e talvez outro para minha irmã. Mas não sei se vou ter dinheiro, tenho outras coisas na lista, então melhor comprar como se fosse para a minha irmã mesmo. O problema é que a Best-Buy só vende pela internet com cartão de crédito, e eu não tenho nenhum aqui, só aquele vinculado à conta no Brasil, que eu não quero usar para isso, quero comprar com o dinheiro que estou ganhando aqui. Descobri que posso comprar na Amazon, mas é 10 dólares mais caro. De qualquer modo eu preciso de uma conta, e só vou abrir uma quando vier o meu próximo paycheck, então tenho que esperar de qualquer maneira.

Enquanto isso, nada de música enquanto faço housekeeping. Tenho que lembrar esses três dias, tenho que escrever com mais frequência, para não correr o risco de esquecer, mas esses três dias eu estive cansado demais para escrever. Ok, com preguiça mesmo, mas prefiro dizer que estava cansado, porque o Bidula fica me chamando de Lazy Boy…

Fomos jogar basquete três dias atrás, na quadra de Grand Marais, contra americanos de verdade, dessa vez adultos. Noite muito divertida, daquelas que nos fazem agradecer ter comprado o carrinho! Tinha uma mulher, não sei o seu nome, que não podíamos deixar livre na linha de três pontos porque ela sempre fazia, era incrível! Não tinha dois times completos, eram quatro contra quatro, o que de certa forma deixa as coisas mais cansativas (Além do sedentarismo nosso de cada dia, é claro). Bom jogo, os times mudavam de tempos em tempos, no jogo Brasil X Eua perdemos, mas como ninguém lembrava o placar, calculamos em torno de 20 a 10. Não foi uma lavada tão grande. Ahn sim, aquela que arremessava todas de três estava no nosso time.

O jogo rendeu uma noite alegre a todos, bolhas de três centímetros de diâmetro nos pés do BS e meus, e uma câibra que quase paralisou o Bidula. Ao chegarmos aqui, BS nos deixou no restaurante e foi estacionar o carro. O Bidula desceu do carro, deu dois passos e parou.
“Cara, tá dando câibra de novo!”
“Vem aqui para dentro, está calor, melhora.”
“E como eu saio daqui?”
“Andando”
Bidula com cara de quem viu o ônibus passar antes de chegar no ponto.
“Eu vou ter que te arrastar?”
“Deixa que eu mesmo me arrasto…”

Uma vez dentro, ele já tinha o controle das pernas de novo. Falei para ele alongar, ele sentou no chão da área dos garçons (onde os clientes do restaurante não conseguem ver), e começou a alongar. A melhor parte foi quando a Judy entrou e olhou a cena com o olhar de quem vê um esquilo andando de bicicleta.

Dia seguinte: Dia de fazer mais housekeeping no Solbakken. Na verdade dia de lenhador, o Bidula tinha folga, mas decidiu trabalhar, e fomos nós com aquela pick-up azul que vocês já viram a foto, para carregar um pouco de lenha até a área que ela seria dividida em pedaços menores, e depois passar a tarde dividindo aquelas toras em pedaços engolíveis por crianças menores de três anos de idade e lareiras.

Na verdade é algo que não achamos tão chato fazer, principalmente por ser algo diferente da rotina restaurante – housekeeping. Mas é cansativo ficar carregando aquelas toras gigantes. Aliás, nesse dia estávamos mais inteligentes e estacionamos a caminhonete ao lado do barranco, e fomos rolando os troncos até a sua caçamba por uma rampa de madeira. Tudo bem até a hora que eu. (tinha que ser eu, quem mais… ) rolei um dos pedaços mais pesados do dia para a caçamba, bem devagar… Ele caiu meio torto, e ameaçou… ameaçou… e caiu no chão, onde começou a rolar… até que virou mais um pouco e rolou por outro barranco de uns três metros de altura e parou só na cabana lá embaixo. O problema foi rolar aquele bicho de volta para cima.

Conversei com a Mareen ,(a minha chefe da posição mais alta na cadeia alimentar, esposa do Michael senior), sobre o trabalho, que nós não queremos arrumar um segundo emprego, mas que estávamos incontentes a semana passada, quando em alguns dias mal conseguíamos trabalhar cinco horas, ela concordou com os pontos que eu apresentei, e disse que vai arrumar algumas coisas para a gente conseguir manter oito horas por dia, e que era para continuarmos sempre falando com ela sobre isso, se estivermos nos sentindo sobrecarregados de trabalho, ou se queremos trabalhar mais. Tive muita sorte com os empregadores, ele são super legais e compreensivos, desde que, em contrapartida, você seja profissional e trabalhe as horas que estiver designado e não fique enrolando. (É um problema frequente por aqui, onde todos os hotéis pagam por horas, empregados enrolões ou lentos para ganhar mais horas.)

Ontem também foi aniversário da minha mãe, láááá no Brasil, estou com saudades da minha família. Hoje eu liguei para eles pelo Skype, ainda bem que eu trouxe o microfone, assim posso ficar falando bastante tempo de graça, sem ter que ficar preocupado com o preço que vai sair cada minuto de ligação. Tem um pouco de lag, a ligação corta um pouco, mas é de graça!

Chegamos finalmente ao dia de hoje, dia mundial do lenhador! Ontem decidimos fazer um documentário sobre a vida dos lenhadores, aproveitamos hoje que eu fui novamente ao Solbakken e o Bidula também para gravar material para o nosso documentário. Ainda falta bastante coisa, por isso nem vou colocar o vídeo aqui, mas eu coloco quando ele estiver pronto.

Aliás, hoje era o meu dia de folga, mas eu resolvi não tirar o dia de folga e trabalhar um pouco, amanhã que vai pegar, porque eu vou fazer housekeeping de manhã e depois assumir o restaurante às três horas, no lugar da Amanda, então provavelmente vou estar o dia todo no batente. Ahn, por quê eu resolvi trabalhar no meu dia de folga? Não foi por causa de dinheiro não, aliás, é um pouco por isso, mas nem estou mais encanado, percebi que havia um erro no meu controle de gastos, e preciso de menos horas diárias para pagar tudo por aqui. O motivo de eu ter trabalhado hoje foi para poder pedir outro dia de folga, quando eu tiver alguma coisa planejada, como ir esquiar, ir para Duluth, ou qualquer coisa parecida. Vamos ver se conseguimos também trocar com alguém aqui para pegarmos mais um dia de folga nós três, para fazermos alguma coisa divertida juntos.

Estou saindo agora, vou comer arroz e feijão, estou há mais de um mês de abstinência, fiquem com as fotos-preview do nosso documentário.


Al é o verdadeiro lenhador…


Olha ele fazendo pose com a motosserra!


Bidula Lenhador!


Al e eu: companheiros de lenha!


Eu lenhador feliz!


Publicado

em

por

Tags: