GreyHound, um ônibus trash e um motorista louco

Ainda bem que estávamos de ótimo humor quando o ônibus da Greyhound, que na verdade estava escrito “Jefferson lines” na lateral, chegou. Se você andar uma vez nisso você passará a amar o Expresso de Prata. Bom, entramos e as poltronas não eram numeradas, você senta em qualquer lugar. Tudo bem. Quando o ônibus começou a andar, ele arrancava melhor que o meu celta. Mas o motorista tinha cara de louco.

Os bagageiros fechavam, quero dizer, quase todos os bagageiros fechavam, justo o que estava sobre mim não travava a porta, então ela ficava balançando com o movimento do ônibus, fazendo aquele nhéééc, nhéeec, uíihn, uíóooohn a viagem inteira. O mais engraçado era quando ele parava nos pontos: A porta não abria então ele tinha que bicudar a porta pra ela abrir! E os dois brasileiros rachando o bico toda vez que o motorista com cara de louco levantava pra bicudar, abrir, a porta. Estava chovendo, e apesar de não haver neve, as gotas sob as placas congelavam formando pequenas estalagmites de gelo, bem legal…

Pelo menos podíamos ficar olhando a paisagem… Mas enjoou rapidamente, porque as árvores estão todas secas nessa época do ano. Aliás, nem todas, os pinheiros são as únicas que ainda têm folhas, deve ser por isso que são usados no natal. O chato é que as janelas não eram totalmente transparentes, havia algum tipo de insulfime que deixava tudo o que víamos pela janela com uma tom meio sépia sem graça.

Saímos dez e meia, chegamos aqui três horas da tarde, quatro horas e meia de viagem que não demorou muito pra passar. Uma mulher viria buscar-nos as quatro horas da tarde aqui na estação. Esperamos até quatro e meia, ligamos para o Michael, ele disse que ela ficou doente, por isso teríamos que dormir aqui e pegar o ônibus somente no dia seguinte (hoje), uma e meia da manhã. (único horário). O Michael se desculpou e pediu que ficássemos no motel em frente à estação, ele pagaria a noite.

Tudo bem. Pedimos um quarto para dois. O atendente foi seco e disse que não tinha. Então pedimos um quarto mesmo, se a cama fosse do mesmo tamanho do super8 de Minneapolis, não teria problema. Mas quando entramos no quarto vimos que a cama não tem o tamanho de duas pessoas, mas de uma e meia. Achei melhor pedir outro quarto. Motelzinho vagabundo, mas deu pra passar a noite. Só que foi 40 dólares cada um, em Minneapolis foi 70 pros dois por um quarto bem melhor.


Eu sei, da próxima vez não filmo na vertical…


Vista externa do motel vagabundo… (Sim, eu estava testando a câmera)

Depois de fazer o check-in perguntamos pro dono do motel onde era a Best Buy. Ele foi seco e disse: “Pega o ônibus Downtown-Mall.” Atravessamos a rua para perguntar na Greyhound, onde o pessoal era bem mais simpático e explicaria melhor. Mas tinha um taxi parado ali na frente, então perguntamos quanto ia custar. 15 dólares. Tipo, eram seis e meia ainda, mas já estava escuro (aqui o sol nos deixa às cinco), não estávamos confiantes pra nos perder de ônibus, então subimos. O taxista era muito gente boa, ficamos conversando com ele, ele explicou que levava a gente até o Cascade Lodge por uns 150, 200 dólares. Recusamos porque já tínhamos feito check-in, senão era muito capaz de eu já estar lá. Hoje descobri que a passagem pra Lutsen daqui custa 65 dólares cada um, estou me sentindo roubado.

O taxista, que estava com sua esposa, nos deu o seu cartão, cobrou os 12 dólares da viagem (saiu mais barato), caso quiséssemos taxi para voltar da Best Buy. Agradecemos, embora nossa intenção fosse voltar de ônibus.

Entramos na Best Buy, mas não achamos nenhum telefone por perto, o Bruno queria ligar para o pai dele para perguntar se comprava a câmera ou não. Eu acabei indo com ele ver as câmeras, fiquei olhando, olhando… E de repente eu acabei querendo comprar uma câmera. Sabe aquela coisa de ficar olhando duas horas, pensando “levo… não levo…”, não levar e se arrepender? Acabei levando, principalmente porque me arrependi de não ter uma câmera em Minneapolis pra tirar umas fotos.

Comprei uma Cannon powershot SD600 Digital Elph (coloquei tudo isso porque eu sei que o meu irmão vai querer saber que câmera que é. Paguei 340 dólares na câmera, um cartão SD de 1gb, capa, e um mouse Microsoft wireless igual ao do meu irmão. (Na câmera foi $250). (Aos meus pais: Depois a gente acerta, prometo não gastar mais nada do cartão esse ano… XD).

O Bruno não comprou nada, ficou vendo os Ipods e se decepcionou. O que ele queria não tocava vídeo. O que tocava vídeo era muito grande e caro. O legal é que na Best Buy, nós finalmente estávamos nos divertindo de verdade, fazendo piadas sem noção de tudo, dando risada de tudo quanto é coisa…

Eu liguei a câmera lá na Best Buy mesmo, pra testar e ver se estava tudo em ordem funcionando direitinho. Aí fomos perguntar pro cara da loja onde a gente pegava ônibus. Duas meninas que estavam do lado já disseram “chamem um taxi”. Mas brasileiro é teimoso… O cara falou tinha um que passava na frente da Target. “É a próxima loja atrás dessa.” Tudo bem… Quando demos a volta na Best Buy, percebemos que a próxima loja era a mais ou menos 1 km de distância… o.O

Isso sem falar que estava um frio muuuito frio, o casaco que trouxemos nos protegia o corpo, mas o nariz estava gelado, bem gelado. Resolvemos voltar e perguntar pelo taxi, mas o Bruno insistiu em perguntar lá dentro da loja, que ele não queria passar vergonha pras meninas que estavam na porta… O cara de dentro da loja falou pra falar com o cara que ficava na porta. Mas quando ele voltou elas já tinham ido embora, então tudo bem. Chamamos um taxi.

Enquanto esperávamos o taxi, estávamos zuando muito. O mais legal foi zoar o pepo a 2000 km(?) de distância dele… Huahuhauhaua. (Você sabe que nós te amamos, né peposo?)

A taxista que nos buscou era bem legal também. Eu estou com uma idéia do povo americano completamente diferente da que eu saí. Eles comem hamburguers sim, mas eles são muito legais!

Falando em haburguer, depois que voltamos pro motel fomos comer em um lugar chama Hardee’s. Fast-food denovo… Até procuramos um pouco por comida decente, mas estava tão frio e ventando que não tivemos coragem de andar mais que um quarteirão, então fomos lá mesmo. Não é legal comer fast-food por falta de opção… Eu não aguentei o meu hamburguer, que eu já comi meio sem vontade… Bebi Coca-Cola mesmo, tava com medo daqueles sabores exóticos que eu experimentei em Minneapolis. Tirei umas fotos do fast-food, e da nossa vontaaaade de comê-los. Essas fotos foram feitas depois que já estávamos satisfeitos, olha quanta coisa sobrou.

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Eu ia escrever mais um pouco quando voltei para o hotel, mas eu estava cansado, acabei tomando banho, assistindo um pouco de futurama sem legendas, e dormindo. Hoje cedo nevou, mas eu estava dormindo, acordei quase as 10, já tinha derretido quase tudo. A única coisa que não derreteu estava atrás de uma grade, deu pra tirar foto, mas não pra tocar…

De manhã comemos mais fast food, de novo por falta de opção. Procuramos comida de verdade, mas sem sucesso. Comemos num fast-food mexicano chamado Taco John’s. (Todo fast-food deve ter apóstrofo “s”) Eu comi waffles com gosto de quase-nada, o Bruno disse que churros era igual ao do Brasil. Sério, eu estou com vontade de comer alguma comida de verdade, ou ao menos qualquer coisa que não seja frita…

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Depois de fazer o check-out no cara suuuper simpático do motel, viemos pra cá esperar o ônibus (parece que é uma van) facada pro Cascade Lodge, onde eu estou postando isso.


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