Sábado, 11 de Novembro de 2006
6:00: Saímos(eu, minha namorada linda, e mais várias pessoas de artes) do Paulistão morrendo de sono dentro de um ônibus da viação Jauense fretado pela Unesp. Destino: Museus e exposições de artes de São Paulo.
11:00: Esse era o horário previsto para chegar na Pinacoteca. No entanto, foi o início do congestionamento na entrada da cidade.
14:00: Chegada na Pinacoteca do Estado. Almoçamos em uma churrascaria cuja comida era “6 reais o Self-Service”. Comida barata e sem graça, mas suficiente para nos manter em pé.
14:35: Entrada na Pinacoteca. Segurança: “Não pode usar boné assim. Você vai ter que tirar ou virar ele para trás”. O que queríamos ver era uma exposição sobre León Ferrari, um artista argentino. Algumas obras muito gratuitas, como as imagens de santos com pregos, outras bastante interessantes como as esculturas de arame e o quadro abaixo, que não me lembro o nome.
15:30: Entrada na Estação da Luz, Museu da Língua Portuguesa. Adorei aqueles poemas que só se consegue ler do lugar certo. Muitas coisas interessantes, bastante interatividade. Metade da exposição destinada apenas a Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa. Sim, Rosa é importante, mas achei que o espaço poderia ter sido destinado a uma variedade maior.
17:10: Chegada na FAAP, que fechou às 17h.
17: 35: Instituto Tomie Ohtake. Exposição: Geração da Virada. Arte contemporânea de primeira, achei melhor do que a Bienal.
19:20: Chegada no hotel Formule1. Lotado. “E os outros da rede, que são aqui perto?” “Ih, hoje pode esquecer o Formule1”. Tudo bem, vamos andando, na Paulista tem outros hotéis. Ibbis: Lotado. Descemos a Augusta, quatro quadras abaixo achamos um hotel. “Tem vaga?” “Tem sim.” “Quanto é?” “45 reais por três horas.” “Mas isso não é hotel, é motel!” “Não senhora, é hotel.”
Enfim, quase na frente tinha um hotel, onde nos hospedamos. Com H mesmo…
21:15: Barzinho na frente do hotel. O tipo do lugar onde as mesas são atiradas altas horas da noite. Uma caipirinha na qual mais da metade do copo era pinga, um X-frango bem menor que o da foto, um X-salada bem menor que o da foto, uma coca-cola doce demais…
23:00: Zzzzzzzzzzzzzzz
Domingo, 12 de Novembro de 2006
08:50: Adoro café da manhã de hotel! Tem tanta coisa gostosa incluída no preço do quarto!
09:45: Check-out e caminhada de volta até a Paulista, onde era o ponto de encontro.
10:20: Briga. O laranjeira (professor responsável) queria ir pra FAAP, enquanto ninguém do ônibus queria ir.
10:45: Chegada na FAAP: Exposição: Deuses Gregos. Acervo do museu de Berlim. Que decepção, eu não vi o Shiryu, nem o Hyoga, nem o Seiya! E nem o Mu, e nenhuma armadura de ouro… Falando sério, estátuas de uma precisão anatômica perfeita. (Exceto o falo, que em todas as estátua era microscópico… Acho que os gregos não tinham a sexualidade bem resolvida…) Milhares de expressões de pedra completamente neutras. Comentário do Laranjeira: “Olha que incrível, dá pra sentir o cabelo e depois o crânio… E é pedra! Olha só as expressões!” o.O
11:25: Chegada no Itaú Cultural. Exposição: Primeira Pessoa: “Retratos e Auto-Retratos”. Bastante coisa interessante, e algumas idéias legais, porém que se esgotavam em si. Adorei duas instalações, uma na qual você caminhava dentro de 10 cm de água onde flutuavam fotos e anotações, além de passar ao lado de cadeiras, projeções e uma cama de hospital cheia de sangue, tudo pendurado. Também gostei de uma que mostravam partituras do Hermeto Pascoal ampliadas e penduradas, além de umas frases dele na parede.
12:20: Ibirapuera. Primeiro o almoço, um dogão sem vergonha de dois reais. Depois, Bienal. Proposta: Como viver junto. “O senhor deve deixar a mochila no guarda-volumes, é lá em cima, à direita”. O guarda-volumes era embaixo, à direita, ou a 8 metros do guarda que me disse aquilo… Enfim, a arte: A Bienal de Arte desse ano peca pelo excesso. Há obras demais, talvez em uma tentativa de contextualizar melhor os artistas, mas o resultado é desastroso a quem tem apenas um dia para visitá-la. Saí de lá as depois de cinco horas vendo as obras, e estava tão cansado que o último andar passei praticamente de relance. Lá tem de tudo. Obras interessantíssimas, propostas interessantes com uma realização aquém, impacto gratuito, artista sem noção que cria obra interativa de 40 minutos de fila, muitos vídeos, os quais passei batido (Foram cinco horas lá sem ver os vídeos). Minimalismo exagerado que não me dizia nada, quadros que me prenderam por mais de cinco minutos, inúmeras peças que imaginava como será que encaixava no tema, enfim. Não os explico aqui porque só vendo mesmo. Se alguém tiver oportunidade, vá cada dia para ver apenas cada um dos pisos com calma.
17:40: Eu achei que minha perna ia cair a qualquer momento quando saí da Bienal. Desde cedo eu estava com cãibra, e fiquei andando andando andando e andando… Então demos uma passada rápida no MAM, onde estava uma pequena exposição chamada “Concreta 56, A raiz da forma”. Algumas obras concretistas curiosas. Vários “padrões geométricos”, que eu adoro.
18:10: Íamos na Oca, ver o acervo do MAM exposto lá, íamos na “Bienal Alternativa”, na “Mostra FIAT de arte Contemporânea”, mas não deu tempo (nem perna). Que inveja de quem mora em sampa… Então apenas comemos mais porcaria e vimos o Magneto no MAM…
19:30: O ônibus zarpou de volta para Bauru. Parada em um tal de Dino’s car ou qualquer coisa parecida. Sujo e caro… Chegada em Bauru uma hora da manhã… E um abraço forte na minha cama, por ela ser muito mais confortável que poltrona de busão…
Se você for pra São Paulo ver exposição de arte contemporânea, a menos que tenha tempo e disposição de sobra, passe no Itaú Cultural, no Tomie Ohtake, na Oca e na Pinacoteca. Se você puder ir várias vezes, vá ver a Bienal de pedaço em pedaço. Tudo de uma vez acaba não sendo muito proveitoso… Mas que foi muito boa essa overdose de arte com a Lívia no fim de semana foi!
Bons sonhos!